O drama continua. Mesmo com o apoio maciço de 44.699 torcedores no Maracanã (38.779 pagantes, com renda de R$ 459.330,00) o Fluminense não conseguiu superar o Atlético-MG, neste sábado. Sob chuva fina, o empate em 2 a 2 deixou o time carioca à mercê dos dos rivais para depender das próprias forças na última rodada, quando encara o Bahia, em Salvador, e escapar do rebaixamento. Em jogo pegado, Diego Tardelli abriu o placar, Gum e Biro Biro conseguiram a virada, mas o ex-vascaíno Alecsandro deixou tudo igual perto do fim.
Um grupo tentou invadir o vestiário tricolor e pelo menos quatro homens foram presos. O clube soma 43 e pode ser ultrapassado por Coritiba e Vasco, o que tornaria a tarefa de evitar a Série B ainda mais inglória. O resultado, aliás, ratificou a queda da Ponte Preta, que já não pode alcançar o Flu.
De olho no Mundial de Clubes, o Galo permanece em sexto lugar, agora com 56 pontos. Tranquilo, apenas cumpre tabela no domingo que vem contra o Vitória, em Belo Horizonte.
Enquanto o público se acomodava no estádio, o suspense pela escalação do goleiro Diego Cavalieri crescia. O camisa 12 fez um teste no campo e, apesar de a escalação oficial inclui-lo, a confirmação só saiu mesmo quando ele voltou de uniforme. No fim, a torcida do Atlético, de laços fortes com a do Vasco, entoou coro de Segunda Divisão para o adversário e cantou até a parodia cruz-maltina da música "Anna Júlia", da banda Los Hermanos.
Antes de a bola rolar, os 22 atletas cruzaram os braços em apoio ao movimento Bom Senso FC, que luta por melhores condições de trabalho no futebol e mais transparência das diretorias.
Luan disputa a bola com Igor Julião e tenta levar o Galo à frente (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
Correria e jogo ótimo de se assistirAgitado, pegado e apressado, o clima de vida ou morte foi incorporado desde o primeiro minuto. Nada de estudar o adversário ou trocar passes com cautela. O Galo entrou na onda, tentou pegar o Flu desprevenido e partiu para cima. Mas sofreu na mesma moeda, tornando o duelo aberto. Aos sete minutos, Victor saiu mal do gol, Sobis não conseguiu encobri-lo e quem levou a pior foi Marcos Rocha, que saiu machucado. Aliás, o Tricolor não aliviou e preocupou os mineiros, focados no Mundial. Luan apanhou bastante, e Pierre foi outro substituído.
Inseguro na defesa, o time de Dorival Júnior oferecia espaços, e Tardelli aproveitou. Após bola rebatida, aos 21, fuzilou a meta de Cavalieri, que não conseguiu espalmar - seja culpa do corte no dedo ou não. Sem baixar a cabeça, lá foi o Fluminense atrás do prejuízo. Perdeu duas chances incríveis - com Wagner, parando em Victor, e Euzébio, em bate e rebate dramático. Mas desafogou sua torcida com o empate aos 36, com Gum, também num lance estranho. Perto do fim da etapa, o Atlético tornou a conter o rival e assustou em lances pelas pontas.
No retorno do intervalo, o Flu manteve sua superioridade na posse de bola (59% a 41%), mas passou a errar passes demais, esfriando a reação. Só que o Galo parecia desconfortável, menos efetivo e deu espaços. Até que Wagner achou Biro Biro entre os zagueiros, e o garoto virou com um toque na saída do goleiro, logo aos oito minutos. Explosão no Maracanã! Sem a necessidade de correr mais riscos, o Tricolor recuou e esperou as chances nos contragolpes.
E a partida ganhou novos contornos de emoção neste estilo: o campeão da Libertadores na frente, à procura do encaixe de uma tabela fatal, e o atual campeão brasileiro apostando as fichas na correria de Rafinha e Biro Biro - o que quase deu certo. E assim foi até os 37 minutos. Alecsandro, que entrara na vaga de Michel, acertou cabeçada certeira no canto esquerdo e empatou. A festa nas arquibancadas, que já tinha virado apreensão, agora seguiu para o desespero. E poderia ser pior. Sem reação, o Fluminense ainda viu Tardelli carimbar o travessão aos 46.
Globo Esporte
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