A CBF realizou na tarde desta segunda-feira uma reunião com representantes dos clubes, dos jogadores e da TV Globo, que detém os direitos de transmissão dos principais campeonatos nacionais, para discutir mudanças no futebol brasileiro. Ficou decidido que o novo calendário será adotado a partir de 2015, porque não existe margem para alterações no ano que vem, quando acontecerá a Copa do Mundo no Brasil.
Responsável por levantar a discussão, ao reclamar do excesso de jogos e da falta de pré-temporada adequada, o movimento Bom Senso FC, que reúne os principais jogadores do futebol brasileiro, esteve presente na reunião desta segunda-feira, na sede da CBF, no Rio. E aceitou que mudanças no calendário aconteçam a partir de 2015, por entender que não daria mesmo para alterar as datas no ano que vem. "Quando a gente começou a discussão, já sabia das dificuldades para 2014, mas tinha que começar em algum momento", reconheceu o meia Alex, do Coritiba, um dos representantes do Bom Senso que compareceu à reunião - os outros jogadores presentes nesta segunda-feira na CBF foram Seedorf (Botafogo), Paulo André (Corinthians), Alessandro (Corinthians), Fernando Prass (Palmeiras) e Juan (Inter).
"Para 2015, não tem discussão: são 30 dias de férias e 30 dias de pré-temporada. Não tem mais jogo em janeiro. Isso é certo. Mas, para 2014, seria até covardia pensar em mudança com uma parada de 40 dias da Copa do Mundo", afirmou o presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil. Vale ressaltar, porém, que algumas federações estão adiando em uma semana o começo dos campeonatos estaduais do ano que vem.
Além de Kalil, Eduardo Bandeira de Mello (Flamengo), Vilson Ribeiro Andrade (Coritiba), João Bosco Luz (Goiás) e Mário Gobbi (Corinthians) foram outros presidentes de clube que compareceram à reunião. O encontro ainda teve o anfitrião José Maria Marin, presidente da CBF, Marco Polo del Nero, vice-presidente da CBF, e Marcelo Campos Pinto, executivo da TV Globo, entre outros dirigentes.
Outro tema de discussão foi a adoção do "fair-play financeiro", que prevê punição para os clubes que tiveram atraso no pagamento de impostos e salários. Nesse caso, porém, a conversa ainda está longe de um final, porque envolve também o governo federal. "Essa é uma questão mais complexa. Ninguém quer perdão de dívida. Só queremos uma forma viável de pagar as dívidas do passado", disse Kalil.
Agora, novas reuniões devem ser agendadas no futuro, para que todas as partes possam avaliar as mudanças na gestão do futebol no Brasil. "Hoje foi uma vitória do futebol brasileiro, quebramos um paradigma, fomos recebidos pela CBF, pelos representantes dos clubes. Mas não tem nada resolvido, ainda tem muitas conversas pela frente para discutir as questões", explicou Alex.
Agência Estado
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