Esse post traz a visão sobre o
endividamento de 21 (em alguns pontos 23) clubes brasileiros preparado
pela BDO RCS, filial brasileira da empresa de consultoria e auditoria
BDO.
Os analistas da empresa optaram, como
já fazem há algum tempo, em mostrar o endividamento dos clubes
considerando o Endividamento Total Líquido, que corresponde ao total do
Passivo menos o Patrimônio Líquido, descontando o Ativo Circulante +
Realizável a Longo Prazo. Ou seja, não entra no endividamento total tudo
que é passivo, o que seria irreal. O responsável pela área Esporte
Total da BDO, Pedro Daniel, usou uma comparação interessante: considere
uma conta de aluguel que vence na próxima semana e ainda não foi paga
como exemplo para este conceito. O locatário tem esse dinheiro em conta,
mas está aguardando o vencimento para quitar. Sendo assim, neste caso,
essa conta não entraria no endividamento total líquido.
Esse estudo foi desmembrado em cinco
partes (duas delas, sobre a Timemania, deixei fora, visto que
recentemente foi postado outro levantamento sobre esse mesmo ponto):
- Endividamento Total
- Dívida Timemania
- Endividamento Total Sem a Timemania
- Endividamento Tributário
- Endividamento com Empréstimos
O gráfico acima mostra com clareza a
evolução do endividamento de 23 clubes brasileiros, com o total chegando
a R$ 4,7 bilhões de reais no fechamento de 2012, o que representa um
crescimento de 11% sobre 2011 e de 77% desde 2008, que representa um
crescimento médio anual de 19,2%.
Um rubronegro em cada ponta: o Flamengo
é o clube com o maior endividamento total, enquanto o Atlético
Paranaense é o único a apresentar uma situação equilibrada e
confortável, como vemos na tabela acima. Em 2011, o valor devido pelos
clubes cariocas representava 43% do total, percentual que subiu para 47%
em 2012.
O quadro acima mostra a divisão do
endividamento de 21 clubes e não mais de 23, como nos anteriores.
Reparem no crescimento de 19,1% do endividamento tributário. Esse item
é, isoladamente, o de maior peso no total do endividamento desses 21
clubes.
A tabela acima mostra que os dois
clubes de maiores torcidas foram os que apresentaram os maiores
crescimentos percentuais em suas dívidas tributárias sobre o ano
anterior: 58% do Flamengo e 46% do Corinthians. Essa informação ganha
particular importância em função da movimentação que ocorre no Congresso
visando a um novo perdão e acordo para dívidas dos clubes – tema do
próximo post.
Podemos ver no quadro acima que onze
dos vinte e um clubes apresentaram redução no valor de suas dívidas
financeiras. Contrariando essa tendência, o São Paulo foi o clube com
maior crescimento em números absolutos, com um total de 53,2 milhões de
reais. Esse endividamento já foi objeto de um post específico: “São Paulo paga um Ganso por ano para bancos”.
Reforçando o que disse acima, o mais
preocupante nesse levantamento é o crescimento da dívida tributária,
ponto que abordarei em texto a ser postado brevemente. De maneira geral,
nossos clubes continuam mais preocupados com a gastança do que com a
poupança. Sustentabilidade ainda é vocábulo feio e não compreendido,
propositalmente. Para parte dos torcedores é palavrão de coisas do
ambiente, que nada tem a ver com o futuro de seus clubes de futebol, o
que, infelizmente, está muito longe da verdade. Porém, quando toda a
preocupação está voltada para o aqui e agora, para a conquista do título
do torneio em andamento, futuro e sustentabilidade são, mesmo,
palavrões e coisas para não serem pensadas.
Fonte: Globoesporte.com
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segunda-feira, 24 de junho de 2013
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Aumenta a dívida tributária dos principais clubes brasileiros: Flamengo, Botafogo e Fluminense encabeçam a lista
Aumenta a dívida tributária dos principais clubes brasileiros: Flamengo, Botafogo e Fluminense encabeçam a lista
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