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quarta-feira, 27 de março de 2013

VEXAME: PALMEIRAS É GOLEADO PELO MIRASSOL POR 6 X 2


Eram 11 jogadores de uniforme verde com o escudo da Sociedade Esportiva Palmeiras. Mas não era o Palmeiras. Havia um goleiro, quatro zagueiros, mas "a defesa que ninguém passa" parecia uma caricatura. A torcida tentava cantar e vibrar - mas o alviverde imponente sofria.  A academia de outrora, o Palmeiras que distribuía goleadas pelo interior, não viajaria 453 quilômetros para receber uma surra de almanaque.  O Mirassol fez o melhor primeiro tempo de sua história. O Palmeiras... talvez o pior. E o placar final cravou mais uma adaga no sacrificado peito palmeirense em 2013: 6 a 2.
Seis gols do Mirassol. Dois gols do Palmeiras. O campeão do Século XX seguiu sua via-crúcis no Século XXI.
O revés do Verdão em Mirassol entra para um grupo de vexames históricos que inclui dois rebaixamentos no Campeonato Brasileiro e derrotas antes inconcebíveis, como os 7 a 2 para o Vitória, na Copa do Brasil de 2003.
Por outro lado, foi a primeira vitória em casa do Mirassol contra um dos quatro grandes de São Paulo na história. Ironicamente, até então, o time do interior só havia vencido uma vez como visitante - o próprio Palmeiras, ano passado, no Pacaembu.
A goleada alivia a barra do Mirassol, que entrou na rodada com apenas dois pontos à frente da zona do rebaixamento. Já o Verdão permanece em sétimo, longe de ter garantida a vaga no mata-mata. Outra ironia: o time de Kleina não perdia no Paulistão havia 11 rodadas.
Onze jogadores com o uniforme da Sociedade Esportiva Palmeiras voltarão a campo no sábado, contra o Linense, às 18h30, no Pacaembu. Já o Mirassol recebe o Penapolense, também no sábado, no mesmo horário.
Dos oito desfalques do Palmeiras em Mirassol, só Vilson e Maurício Ramos deverão estar em campo. Valdivia, Leandro Amaro, Souza, Kleber, Maikon Leite e Henrique seguem no departamento médico. O técnico Gilson Kleina, muito contestado por parte da torcida, segue prestigiado pela diretoria.
Léo Gago jogo Palmeiras Mirassol (Foto: José Luis Silva / Futura Press) 
Léo Gago, contra dois jogadores do Mirassol (Foto: José Luis Silva / Futura Press)
Defesa fraca, time entregue
O treinador do Palmeiras, Gilson Kleina, queria repetir a escalação do último fim de semana, mas não conseguiu. Com Maurício Ramos cortado no vestiário por conta de um desconforto estomacal, o técnico foi obrigado a promover a estreia de Marcos Vinícius, que, até janeiro, integrava o elenco da equipe B – Kleina já não tinha Henrique e Vilson, titulares, que estão lesionados. E o garoto de 21 anos deu um azar incrível - em seu primeiro toque na bola como jogador do time profissional do Palmeiras, fez gol contra, ao tentar cortar um cruzamento de André Luis, da direita. O cronômetro mostrava apenas 40 segundos de jogo.
O Palmeiras, desnorteado por ter sido vazado tão precocemente, tentava se acertar em campo. Mas não teve tempo para isso. O Mirassol chegou outras duas vezes ao ataque e ampliou o placar para 3 a 0. No primeiro, Caion recebeu na entrada da área – Marcos Vinícius dava condição – e marcou, com tranquilidade. Dois minutos depois, Caion ganhou na corrida de Márcio Araújo e "matou" Prass com um leve toque por cima.
Com 3 a 0 adverso no placar, Gilson Kleina mexeu no time - trocou o volante Charles pelo meia-atacante Ronny. E a mudança, a princípio, surtiu resultado - o Palmeiras conseguiu dois gols rapidamente, com Caio, aos 22, e depois com o próprio Ronny, aos 30.
Mas qualquer tentativa de reação acabou aos 39 minutos, quando Leomir acertou um chutaço de falta, fazendo 4 a 2. E tal qual um boxeador que "sente o golpe" e fica encurralado no córner, sem conseguir sair, o Palmeiras seguiu apanhando. Levou o quinto (aos 43, de Medina), o sexto (aos 46, de Tiago Luís), e só não tomou o sétimo porque foi "salvo pelo gongo" - o árbitro Vinícius Gonçalves de Araújo encerrou o primeiro tempo aos 48.
Mirassol comemoração jogo Palmeiras (Foto: Célio Messias / Ag. estado)Jogadores do Mirassol comemoram um dos seis gols sobre o Verdão (Foto: Célio Messias / Ag. Estado)
Jogando pela dignidade no segundo tempo
Os jogadores do Palmeiras voltaram do intervalo com uma única coisa em mente: honrar a camisa e evitar um vexame maior. Estavam claramente abatidos, é verdade, mas não deixaram de correr. Caio, um dos jovens da base, chegou a marcar de cabeça - gol anulado, por suposta falta no zagueiro adversário.
O Mirassol, por sua vez, já não parecia o Brasil de 1970, a Holanda de 1974, o Barcelona de 2011. O Mirassol voltou a ser o Mirassol - encolhido em seu campo de defesa, esperando o erro do time grande para tentar um contra-ataque. Conseguiu dois. Mas, já sem a sorte e a competência do primeiro tempo, não marcou.
Nem precisava. Os 6 a 2 já eram mais do que suficientes para entrar na história do Campeonato Paulista - como a maior glória de um time de uma cidade de 53 mil habitantes, e mais um vexame de um gigante que parece adormecido num sono cada vez mais profundo.
Gilson Kleina jogo Palmeiras Mirassol derrota (Foto: José Luis Silva / Agência Estado)Gilson Kleina, no jogo do Palmeiras contra o Mirassol (Foto: José Luis Silva / Agência Estado)
 
Fonte: Globoesporte.com/SP

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