Clima tenso entre Nacional-P e FPF se reflete na partida contra o Botafogo e provoca muito tumulto no Estádio José Cavalcanti, em Patos
Invasão de campo, agressão ao árbitro e duas expulsões depois do apito final. Tudo isso aconteceu durante e após a partida entre Nacional de Patos e Botafogo-PB, que se enfrentaram na noite desta quarta-feira no Estádio José Cavalcanti. O cenário que mostrava jogadores e integrantes da comissão técnica do time sertanejo revoltados com o árbitro Antônio Carlos Rocha, cercado por policiais, pareceu um capítulo a mais na ira da diretoria alviverde, que desde o início da semana reclama de favorecimentos da Federação Paraibana de Futebol (FPF) ao Botafogo.
Árbitro
Antônio Carlos Rocha, cercado por policiais, no José Cavalcanti: a cena
se repetiu três vezes durante a partida (Foto: Damião Lucena /
Globoesporte.com/pb)
Apenas um dia depois de o diretor e ex-presidente do Nacional, José
Ivan, reclamar que a FPF estaria armando para que o título do Campeonato
Paraibano fique com o Alvinegro de João Pessoa, o Nacional protagonizou
mais um episódio de protestos a supostos favorecimentos ao Belo. Mas
desta vez com direito a cenas de violência.A bronca do dirigente alviverde se baseava no fato de a FPF não ter aceito adiar a partida desta quarta para a quinta-feira. E esta tensão refletiu no campo. A toda hora jogadores e comissão técnica do time reclamavam que o árbitro Antônio Carlos invertia faltas e aplicava cartões injustos para os jogadores do Nacional. Mas os momentos de maior tensão foram após os dois gols botafoguenses, quando os nacionalinos invadiram o campo para acusar o árbitro de erro e favorecimento.
Arbitragem de Antônio Carlos foi muito questionada por dirigentes, comissão técnica, elenco e torcida do Naça (Foto: Damião Lucena / Globoesporte.com/pb)
O Nacional saiu na frente com gol de Williams, aos 26 minutos do
primeiro tempo, mas o time sofreu o empate aos 42; com gol de Thurran. O
zagueiro do Botafogo tocou de cabeça depois que Zadda cobrou falta na
área. Acontece que os jogadores do Nacional reclamaram que não houve
falta no lance.A confusão começou, de fato, no intervalo da partida. Assim que o árbitro apitou o final do primeiro tempo, jogadores e integrantes da comissão técnica invadiram o campo e cercaram Antônio Carlos. O árbitro foi empurrado por um dos membros da equipe alviverde e chegou a cair no gramado. A Polícia Militar interveio e tentou conter o ímpeto do grupo.
O gerente de futebol alviverde, Marcos Nascimento, também entrou em campo e reclamou com o árbitro. Mas foi um dos que tentou conter seus jogadores na saída para os vestiários.
- É ele (o árbitro) quem está criando tudo isso. Não são os jogadores. E ele não vai conseguir terminar o jogo - comentou em tom revoltado.
Na volta para o segundo tempo, o árbitro disse apenas que foi empurrado por trás, mas não percebeu quem tinha sido o agressor. No entanto, ele disse ter sido informado que o empurrão teria partido de um preparador físico do Alviverde. Mas a diretoria do Nacional disse se tratar de um estagiário do clube. De toda forma, este suposto agressor não voltou para o segundo tempo.
Goleiro Mauro Iguatu é atendido em campo após o segundo gol do botafogo e acaba sendo sacado do time (Foto: Damião Lucena / Globoesporte.com/pb)
O jogo foi reiniciado sem punição para qualquer jogador ou membro da
comissão técnica do Nacional. Mas mais confusão estava por vir. E o
principal lance que ocasionou mais tumulto aconteceu aos 27 minutos da
segunda etapa. Foi quando saiu o gol da virada do Botafogo. Depois de
uma dividida entre o goleiro Mauro Iguatu e o atacante Wanderley, a bola
sobrou para Warley, que tocou para as redes. Os jogadores do Nacional
mais uma vez partiram para cima do árbitro, desta vez reclamando que o
goleiro teria sofrido falta.Mauro, inclusive, ficou caído após o lance e não voltou mais para a partida, sendo substituído por César. O jogo seguiu com reclamações dos jogadores e da torcida do Nacional, a cada falta marcada ou cartão aplicado. O Naça ainda teve a chance de empatar o jogo em uma cobrança de pênalti, mas o zagueiro Lau bateu mal e Genivaldo defendeu.
Assim que Antônio Carlos apitou o fim do jogo, novamente invasão e tumulto. O pessoal do Nacional cercou o árbitro pela terceira vez e mais uma vez foi protegido por policiais.
Foi neste último momento que os primeiros jogadores do Nacional foram punidos pelas confusões. Demétrius e Lúcio levaram cartões vermelhos depois do apito que encerrou o segundo tempo.
O técnico Hugo Sales reclamou da atuação do árbitro e fez menção a um suposto favorecimento da Federação aos times considerados grandes no Estado.
- Eu não preciso falar nada. Todo mundo viu o que aconteceu aqui. Se eu falar alguma coisa, ainda vou ser prejudicado. Todo mundo sabe como é o futebol da Paraíba. Todo mundo sabe o que é feito pelo Botafogo, pelo Treze, pelo Campinense. Zé Ivan (diretor de futebol do Nacional) é alguém que sempre falou. Aldeone Abrantes (presidente do Sousa) e o pessoal do Auto Esporte também. Todos sempre reclamaram e ninguém nunca faz porra nenhuma - declarou o treinador, revoltado em meio a gritos e xingamentos.
Antônio
Carlos Rocha, cercado por policiais, expulsa dois jogadores do Nacional
já com o jogo encerrado (Foto: Damião Lucena / Globoesporte.com/pb)
Fonte: Globoesporte.com/PB
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